Tradução de “Brief Interval”, novo poema de Cheryl Clarke

tammuzs
3 min readJul 25, 2019

Brief Interval” foi publicado no dia 13 de Junho de 2019 na Poem-a-Day, uma série diária de poesia publicada digitalmente pela Academy of American Poets. Você pode acompanhar a série no Poets.org, clicando aqui.

Copyright © Nivea Castro.

Cheryl Clarke (1946 –) é poeta, educadora, teórica, ativista feminista negra e lésbica. Estudou na Howard University e fez mestrado e doutorado em Inglês na Rutgers University, onde começou a dar aula no começo dos anos 70. Participou do Departamento de Mulheres e Estudos de Gênero; foi diretora-fundadora do Instituto de Educação, Justiça Social e Comunidades LGBT em 2004 e reitora dos estudantes do campus Livingston da Rutgers University, de 2009 a 2013, onde se aposentou, após 41 anos de trabalho.

É autora de vários livros de poesia, entre eles Narratives: Poems in Tradition of Black Women (1981), Living as a Lesbian (1986), Humid Pitch (1989), Experimental Love (1993) e Corridors of Nostalgia: the poems of Cheryl Clarke (2007), Days of Good Looks: Prose and Poetry, 1980–2005 (2006), do texto crítico After Mecca — Women Poets and the Black Arts Movement (2006). Seu livro mais recente é By My Precise Haircut (2016).

“Brief Interval” foi gravado pela autora, a pedido da Poets.org. Para ouvir basta dar play:

§§§

Brief Interval

I knew what I was about
stroking your lovely
neck in the perilously
brief
interval at the intersection of
desire, the real, and feminist
derring-do.

And if the intersection is three
or four points of variance,
divergence, diversion,
aversion, and hapless brief
interval
larger than the grid,
in dread of a walled corner,
a piano stool, a
contraband .38,
and that flip of an
eye eros,
oh, throat

I don’t do well with
expectation. Come up
here if it’s too cool a
story below with your
windows cracked.
Higher is warmer
in this last,
fast
phantasmic
interval.

§§§

Intervalo Breve

Eu sabia o que estava fazendo
acariciando seu lindo
pescoço no intervalo
perigosamente
breve
na intersecção do
desejo, a real e feminista
bravura.

E se a interseção é de três
ou quatro pontos de variância,
divergência, desvio,
aversão e breve infeliz
distância
maior que a grade,
com medo de um canto de muro,
um banquinho de piano,
um .38 contrabandeado,
e essa virada de um
eros do olho,
ah, garganta

Eu não me dou bem com
expectativa. Suba
aqui se for muito frio
no andar de baixo com suas
janelas rachadas.
Mais alto é mais quente
neste último
veloz
fantasmático
intervalo.

§§§

Tradução de Thamires Zabotto. Copyright © 2019, por Cheryl Clarke. Originalmente publicado em Poem-a-Day em 13 de junho de 2019, pela Academy of American Poets.

Para ler mais poemas traduzidos da Cheryl Clarke, leia “O erótico, a sexualidade e o amor na escrita de Cheryl Clarke”, publicado no escamandro e “O sexo e o amor à mulher na poesia de Audre Lorde e Cheryl Clarke” na Revista Germina.

--

--

tammuzs

Tradução, poesia, teoria, feminismo, história, arquivos. ⚢